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Bancários rejeitam proposta de reajuste da Fenaban e mantêm greve
Contraf considerou reajuste muito baixo e pretende intensificar paralisação.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) rejeitou a nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentada na tarde desta sexta-feira (4) e orienta a continuação da greve, informou a entidade. Apesar disso, a proposta ainda será avaliada pelas assembleias locais.
Na avaliação do comando nacional de greve, a proposta de reajuste de 7,1%, oferecida pela Fenaban é muito baixa, com menos de 1% de aumento real. "Estamos orientando a rejeição da proposta e queremos intensificar a paralisação. Também orientamos nossos sindicatos a fazerem assembleias no início da semana para avaliar a proposta", disse o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro.
Procurada pelo G1, a Fenaban disse que não foi informada da rejeição da proposta. A entidade propôs nesta sexta um reajuste de 7,1% em salários e benefícios dos bancários, que estão em greve desde o dia 19 de setembro. A proposta anterior dos bancos era de de reajuste de 6,1%, segundo a Contraf-CUT.
A Contraf-CUT disse ainda que enviará carta à Fenaban avisando da rejeição da proposta e dizendo que esperam uma nova negociação com os bancos.
A entidade considerou que a proposta "não dialoga com problemas não econômicos" como a saúde dos bancários e a insegurança do trabalho.
A greve dos bancários deixou mais da metade das agências do país fechadas, segundo balanço divulgado na quinta-feira (3) pela Contraf-CUT. De acordo com a entidade, os bancários fecharam 11.406 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal nesta quarta. Com isso, a greve, que começou na última quinta-feira (19), atinge 53% das agências, considerando 21.500 agências no país.
Proposta
A Fenaban propõe ainda que os pisos da convenção coletiva sejam reajustados em 7,5% e diz que será mantida a mesma fórmula de participação nos lucros, com correção dos valores fixos e de tetos em 10%.
A federação dos bancos diz que "o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos 7 anos e os salários foram reajustados em 58%, ante uma inflação medida pelo INPC de 42%" e pede que a "proposta deve ser avaliada considerando não só os ganhos deste ano, mas também os dos últimos anos, que são bastante significativos", diz o diretor de relações do trabalho da federação, Magnus Ribas Apostólico.
Pela proposta, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.209,01 para jornadas de seis horas. Entre outros benefícios, estão previstos reajuste do auxílio refeição, que sobe para R$ 22,98 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 394,04 por mês, além da 13ª cesta neste mesmo valor, e auxílio-creche mensal de R$ 327,95 por filho até 6 anos.
Greve
Os bancários pedem reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860. Pede, ainda, fim de metas abusivas e de assédio moral que, segundo a confederação, adoece os bancários.
Os bancários aprovaram a paralisação por tempo indeterminado em assembleias realizadas em todo o país no dia 12 de setembro. Os bancos apresentaram o que era até então a única proposta no dia 5 de setembro, diz a Contraf.