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80% das estratégias de mudança empresarial fracassam

A desculpa da moda hoje em dia: não havia pessoal qualificado para entender e colocar em prática a nova estratégia

Fonte: Revista Incorporativa

Muitas empresas descobrem que precisam inovar, mudar ou se reinventar em meio à guerra diária da concorrência. Mas na hora de colocar a nova estratégia em prática, 80% fracassam. E como mostram pesquisas feitas pela consultoria global McKinsey, o índice de fracasso é ainda maior se as empresas estão mudando por razões defensivas, com objetivos como redução de custos ou busca de solução para uma crise. Segundo Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos, além de consultor e palestrante, de modo geral as empresas conseguem alcançar 65% daquilo que planejaram no projeto de mudança:

“As razões para o fracasso, via de regra, são atribuídas ao "mercado". A concorrência baixou o preço antes, não havia insumos para atender a nova estratégia ou até, a desculpa da moda hoje em dia, não havia pessoal qualificado para entender e colocar em prática a nova estratégia. No entanto, a verdade é bem mais simples: as causas do fracasso são internas e dizem respeito exclusivamente à empresa”, alerta Carmello.

De acordo com o consultor, no Brasil as empresas perdem entre 30% a 35% do potencial da meta. Ou seja, se uma empresa planeja ampliar a receita em R$ 10 milhões e desenvolve uma série de ações com esse objetivo, de modo geral o resultado alcançado será de R$ 7 milhões ou menos. Considerando só investimentos feitos para se alcançar esse objetivo, o resultado pode simplesmente não compensar:

“Grande parte dessa perda se explica pela dificuldade que a maioria das empresas tem de criar uma metodologia funcional e competente para gerenciar o processo de mudança. Além disso, quase sempre notamos a falta de uma cultura organizacional que ajude as pessoas a entender as razões e os objetivos da mudança. E, o mais importante, as empresas carecem de líderes que gerenciem bem a mudança. Somando tudo isso, conseguimos entender as razões pelas quais as mudanças fracassam”, alerta Carmello.

Um exemplo comum à maioria das organizações pode ser visto, por exemplo, no modo como as empresas “comunicam” as mudanças. Segundo Carmello, a maioria faz isso por e-mail, inclusive enviando apresentações complexas, que precisam ser compreendidas sem a ajuda de qualquer explicação:

“Se as empresas criarem uma metodologia de gestão de mudança eficiente, trabalharem a cultura para favorecer a mudança e capacitarem suas lideranças, os índices de performance podem sair dos medianos 65% para superiores 85% o que vai se traduzir, no final das contas, em menos perdas e mais ganhos. Gerir a mudança tem a ver apenas com uma boa gestão de pessoas, mas, principalmente, com uma gestão estratégica e financeira mais eficiente”, conclui Carmello.