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Emprego na indústria tem 3º recuo mensal
As sucessivas dispensas de trabalhadores já afetaram a folha de pagamentos, que também encolheu (-2,5%).
O quadro de retração na produção industrial do País, que vem se arrastando há meses, resultou no terceiro recuo mensal do emprego na indústria. De abril para maio houve redução de 0,3% nas vagas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As sucessivas dispensas de trabalhadores já afetaram a folha de pagamentos, que também encolheu (-2,5%).
Apesar dos pacotes de estímulos do governo, o horizonte para o mercado de trabalho na indústria não é dos melhores. O número de horas pagas foi reduzido pela terceira vez consecutiva, num corte ainda maior do que o do emprego: -0,6% em maio. No ano, a queda chega a 1,7%.
"O recuo no emprego já era esperado, porque estávamos há um ano com a produção desacelerando. Como o emprego persistia, a impressão era de que os empresários estavam em compasso de espera, aguardando uma recuperação que não aconteceu", avaliou Maria Andréia Lameiras, técnica de análise sobre o mercado de trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Como há defasagem entre as perdas na produção e seus reflexos no mercado de trabalho, a redução no pessoal ocupado nos últimos meses foi decorrente de uma desaceleração na produção muito anterior. Do mesmo modo, ainda que a produção se recupere no segundo semestre, as contratações só se dariam a partir do momento em que a indústria nacional mostrasse um vigor que se sustentasse durante algum tempo, avaliou Maria Andréia.
Na comparação com maio de 2011, a queda no emprego industrial foi de 1,7%, o oitavo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação, e o mais intenso desde dezembro de 2009 (-2,4%), ano de crise financeira internacional.